E chegamos ao último dia na Ásia.
A despedida de Cingapura foi intensa, três agendas no mesmo dia. Começamos ela ie Singapore (International Enteprise), agência que, naquele esquema do arranjo institucional deles, cuida da abertura de mercados para empresas de Cingapura em mercados pelo mundo afora. Resumindo, das instituições que visitamos dentro do mesmo arranjo, a SPRING cuida de pequenos negócios, a EBD cuida de atrair empresas para dentro de Cingapura, e a ie cuida de levar empresas para fora de Cingapura. Lembram da história do foco? pois é...
Como de costume, tudo começa com o mito fundador da separação da Malásia, a pobreza extrema e a total ausência de recursos na época, e os resultados que eles conseguiram atingir. Eles são o país mais competitivo do mundo, o país onde é mais fácil se fazer negócios no mundo, o país de menor corrupção e maior transparência na Ásia e ainda, o pais que mais respeita propriedade intelectual no mundo. Realmente eles não brincam em serviço quando o tema é se diferenciar pela competitividade do país para negócios.
Conhecemos sobre a forma de investimento público x privado que conduz o crescimento de Cingapura. Eles possuem dois fundos soberanos para investimentos, sempre em parceria com empresas privadas e as empresas resultantes, ainda que com grande parte do capital público, são geridas de forma absolutamente privada. Isso se aplica inclusive a portos e aeroportos. E, falando em aeroporto, eles descrevem o deles como "um shopping onde também pousam aviões...".
Em relação aos vizinhos da região, eles se consideram um país muito bem posicionado do ponto de vista da atração de negócios e não vêm concorrentes. Entre outras coisas, pelo fato de ser mais fácil fazer negócios no país, pela transparência e pela localização geográfica estratégica, o que favorece o seu porto, que por sinal, é o segundo maior do mundo em movimentação de contêineres e é 10 vezes maior do que o porto de Santos. Por aqui, quem visita o porto se percebe em um deserto. Não há um único estivador e toda a movimentação de contêineres é feita de forma centralizada e forma automatizada. Além disso, há mais de 10 anos implantaram um conceito, na época inexistente em outros portos, de "single window", onde qualquer contêiner era liberado em minutos a partir de um único local.
A instituição seguinte foi a ASME - Association of Small and Mdium Enterprises. Em linhas gerais, apesar de seu slogan ser "for entrepreneurs by entrepreneurs" a ASME é o braço da SPRING (que em grande parte financia suas operações), para trabalhar com micro empresas. Enquanto a SPRING se concentra em empresas competitivas, inovadoras e de potencial exportador, a ASME cuida dos micro empresários, da sua formação, da atração de talentos para essas micro empresas e da realização de prêmios, que são dados aos borbotões, pelo que percebemos, de certa forma até banalizando-os... Mais uma vez, lembram da história do foco? Pois é... escolhas! A SPRING quer ser (e é...) MUITO BOA no trato com pequenas e médias empresas. E não se trabalha com pequenas e médias empresas da mesma forma que com micro empresas. Portanto, nada de querer abraçar o mundo (o pessoal já dizia lá em Jacarezinho que quem muito abraça, pouco aperta... hehe). A SPRING cuida do que sabe fazer, e a ASME complementa fazendo o que não cabe dentro da SPRING por questões de escolha, estratégia e adequação.
A despedida de Cingapura foi intensa, três agendas no mesmo dia. Começamos ela ie Singapore (International Enteprise), agência que, naquele esquema do arranjo institucional deles, cuida da abertura de mercados para empresas de Cingapura em mercados pelo mundo afora. Resumindo, das instituições que visitamos dentro do mesmo arranjo, a SPRING cuida de pequenos negócios, a EBD cuida de atrair empresas para dentro de Cingapura, e a ie cuida de levar empresas para fora de Cingapura. Lembram da história do foco? pois é...
Como de costume, tudo começa com o mito fundador da separação da Malásia, a pobreza extrema e a total ausência de recursos na época, e os resultados que eles conseguiram atingir. Eles são o país mais competitivo do mundo, o país onde é mais fácil se fazer negócios no mundo, o país de menor corrupção e maior transparência na Ásia e ainda, o pais que mais respeita propriedade intelectual no mundo. Realmente eles não brincam em serviço quando o tema é se diferenciar pela competitividade do país para negócios.
Conhecemos sobre a forma de investimento público x privado que conduz o crescimento de Cingapura. Eles possuem dois fundos soberanos para investimentos, sempre em parceria com empresas privadas e as empresas resultantes, ainda que com grande parte do capital público, são geridas de forma absolutamente privada. Isso se aplica inclusive a portos e aeroportos. E, falando em aeroporto, eles descrevem o deles como "um shopping onde também pousam aviões...".
Em relação aos vizinhos da região, eles se consideram um país muito bem posicionado do ponto de vista da atração de negócios e não vêm concorrentes. Entre outras coisas, pelo fato de ser mais fácil fazer negócios no país, pela transparência e pela localização geográfica estratégica, o que favorece o seu porto, que por sinal, é o segundo maior do mundo em movimentação de contêineres e é 10 vezes maior do que o porto de Santos. Por aqui, quem visita o porto se percebe em um deserto. Não há um único estivador e toda a movimentação de contêineres é feita de forma centralizada e forma automatizada. Além disso, há mais de 10 anos implantaram um conceito, na época inexistente em outros portos, de "single window", onde qualquer contêiner era liberado em minutos a partir de um único local.
A instituição seguinte foi a ASME - Association of Small and Mdium Enterprises. Em linhas gerais, apesar de seu slogan ser "for entrepreneurs by entrepreneurs" a ASME é o braço da SPRING (que em grande parte financia suas operações), para trabalhar com micro empresas. Enquanto a SPRING se concentra em empresas competitivas, inovadoras e de potencial exportador, a ASME cuida dos micro empresários, da sua formação, da atração de talentos para essas micro empresas e da realização de prêmios, que são dados aos borbotões, pelo que percebemos, de certa forma até banalizando-os... Mais uma vez, lembram da história do foco? Pois é... escolhas! A SPRING quer ser (e é...) MUITO BOA no trato com pequenas e médias empresas. E não se trabalha com pequenas e médias empresas da mesma forma que com micro empresas. Portanto, nada de querer abraçar o mundo (o pessoal já dizia lá em Jacarezinho que quem muito abraça, pouco aperta... hehe). A SPRING cuida do que sabe fazer, e a ASME complementa fazendo o que não cabe dentro da SPRING por questões de escolha, estratégia e adequação.
Finalmente, fechamos o dia na National University of Singapore conhecendo seu programa de incubadoras e apoio a start-ups. De certa forma, começa a ficar repetitivo, porque, mais uma vez, a história se repete. Pesquisa de altíssimo nível SEMPRE conectada à indústria! Se o pesquisador quer recurso para pesquisar, ele tem acesso a recursos de várias formas. Mas com uma condição: explicar como ele imagina que o produto da sua pesquisa será comercializado. No que tange às incubadoras chama a atenção o fato de que as empresas que nascem ali já nascem globais. E isso é fruto de programas de intercâmbio que mandam os estudantes para ficarem de 6 meses a um ano nos EUA (Vale do Silício) ou em outras universidade ao redor do mundo não necessariamente apenas estudando disciplinas que poderiam estudar em casa, mas imersos em alguma empresa startup desses locais e sobre a mentoria de empreendedores experientes. Exemplos do que isso gera: visitamos uma empresa de 3 meninos que produzem software para interpretação semântica e cujo mercado principal são os Estados Unidos (dois dos meninos participaram do estágio no Sylicon Valey). Em outra empresa, encontramos uma estudante de Cingapura, uma sueca, um australiano e um finlandes. A cingapurenha (espero que assim se denominem os cidadãos de Cingapura...) fez o estágio na Suécia Chegou lá, num frio desumano e descobriu que seu hábito de viver colada ao iphone seria comprometido, porque não dava pra digitar de luva. Então, resolveu o problema: criou com os amigos uma luva com propriedades indutoras. Ela é uma luva de frio daquelas que os dedos ficam todos juntos (tipo luva de boxe), mas que num "passe de mágica", pode descobrir os dedos que estão cobertos por uma luva de material condutor, permitindo operar os iphones e ipads da vida sem nenhum transtorno. Mercado? Qualquer lugar que faça muito frio (como Suécia e Finlândia), o que seguramente não inclui Cingapura.
No mais, chegamos à reta final Temos Dubai amanhã e depois, back home. Impressões gerais sobre Cingapura:
- Cingapura é uma cidade estado do tamanho aproximado de Campinas.
- Crescimento físico de Cingapura está no limite. Agora, só crescendo através de aterros. Nos últimos 10 anos, saíram de 650 km2 para 710 km2 dessa forma.
- O combate à corrupção é coisa séria. Possuem uma agência anti-corrupção ligada diretamente ao Presidente. O Presidente, apesar de ser figura de pouco poder em relação ao primeiro ministro, por exemplo, tem poder para destituir qualquer pessoa (inclusive o próprio primeiro ministro) caso a agência anti-corrupção identifique irregularidades. Neste caso, após a prisão, o sujeito só consegue, no máximo, ser motorista de táxi em Cingapura (no Brasil, o sujeito vira senador, por exemplo..)
- Primeiro impacto de Cingapura é impressionante. Mas a cidade é pequena e compacta, e em dois ou três dias tem-se a impressão de que já se viu tudo.
- Cidade ocidentalizada. Bastante orientada a turismo
- Todo mundo fala inglês. Na escola, aprendem mais dois idiomas além do inglês (o da etnia da pessoa - Chines, malaio, etc - e um terceiro)
- A liberdade econômica é extrema, mas a liberdade política é relativa. O governo é gerenciado como uma empresa, o primeiro ministro é carinhosamente chamado de CEO de Cingapura. O partido da situação está no país desde que o país foi criado. Possuem todas as cadeiras do parlamento menos uma. Percebe-se que o partido se sustenta pelos bons resultados ao longo dos anos. Será mesmo que a alternância de poder é tão necessária assim em todas as situações???? pra refletir...
- O que eles conseguiram fazer em 40 anos é impressionante. País paupérrimo e sem recursos quando se separaram da Malásia com PIB per capita inferior a de vários países miseráveis e hoje tem uma das 5 maiores rendas per capita do mundo.
- Tudo é focado a negócios. Eles possuem a consciência de que o seu diferencial competitivo no mundo é facilitar a realização de negócios. Se não ajuda, tira do caminho.
- Ter um carro em Cingapura não é fácil. Não basta comprar o carro. Começa com o leilão da placa, que custa cerca de USD 75 mil. Número de carros é controlado pelo governo. A placa vale por 10 anos, depois tem que comprar outra. São 600.000 carros, e o tamanho da frota é controlado pelo governo.
- Em contrapartida, o transporte público funciona MESMO.
- Taxa de natalidade é de 1.3, a segunda menor do mundo (só perde para o Japão)
- Exemplo do conceito de eficiência deles: no aeroporto, na entrega das bagagens, a primeira mala tem que chegar na esteira em no máximo 12 minutos depois do pouso, e a última em até 25 minutos. Em Guarulhos, só pra liberar um finger (quando libera...) pro avião parar já demora mais que isso... hehehe... e que venha a Copa do Mundo!